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Pais ricos contratam pessoas com dificuldades motoras para passar na frente nas filas da Disney

17 Maio , 2013  


Já vi isso acontecer muito no Brasil, com idosos e mulheres com crianças de colo. E a ideia chegou à terra do tio Sam.

Por Matheus Gonçalves

Eu nunca fui à Disney. Mas minha filha foi e disse que é s-e-n-s-a-c-i-o-n-a-l (leia com a voz do Silvio Santos). Mentira, ela não foi, porque nem filha eu tenho.

Mas sempre quis ir. Desde criança eu tenho alguns sonhos relacionados a viagens distantes. Subir nos prédios altos de New York, brincar nos parques de Orlando e da Disney, entrar no La Bombonera, ver um jogo do Barcelona na Espanha, assistir um show em Liverpool/Londres/Manchester, conhecer os castelos da Escócia, as cenas bucólicas da Normandia, as bizarrices de Tóquio, as praias da Califórnia, a educação e hospitalidade de Toronto… E a lista continua, é bem grande. Alguns eu já consegui concretizar, outras viagens ainda estão por vir.

 

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Visitar o mundo mágico do tio Disney está nos planos. E é bom eu ir me preparando para dar de cara com comportamentos não tão mágicos.

Todos sabem (ou imaginam) que as atrações do parque são bem concorridas, com filas xicantes. Pois é. Mas até na Disney o dinheiro compra atalhos. Não, não estou falando do ticket diferenciado com hora marcada que te permite entrar mais rápido.

Segundo o jornal NY Post, alguns pais mais abastados adquiriam o (estúpido) hábito de contratar guias com problemas de locomoção para acompanhar seus filhos na Disney, conseguindo passar na frente das outras pessoas nas filas.

 

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Minha filha esperou apenas um minuto para entrar no brinquedo. As outras crianças tiveram que esperar 2:30h na fila” – contou com orgulho uma das mães. Veja que exemplo de educação. Aí o pequeno cresce achando que pode tudo, que sempre tem razão, que pode fazer o que quiser, e os pais se perguntam: “Gente, como pode meu filho estar fazendo estas atrocidades, onde foi que eu errei?” – Claro, topeira!

O mercado negro dos guias da Disney custa US$ 130 por hora, ou US$ 1.040 por oito horas. “Ai, não dá pra ir pra lá sem um guia assim, né?“, questionou ela. E completou: “É assim que nós, 1% da sociedade, vamos pra Disney“. Puro glamour, pura riqueza e futilidade.

Alguns podem perguntar: “Ah, se tem dinheiro, porque não gastar?” ou “Poxa, deixe os ~aleijados~ ganharem uma graninha extra“. Pois é: A Disney tem algum pacote VIP? Eu não sei, mas seria um modelo de negócio, seria explícito e honesto. Não é a mesma coisa.

Se você não vê nada de errado em contratar cadeirantes para passar na frente dos outros na maracutaia, ou não vê os lapsos de ética que isso envolve, entenda que é por consequentes atitudes assim que desenvolveu-se o chamado “jeitinho brasileiro“, pauta e embasamento de toda a corrupção que tanto criticamos.

Nem preciso dizer que ainda tenho o sonho de ir pra Disney, certo? Mesmo tendo que engolir seco ao ver situações assim. Talvez me vestir de Darth Vader e mentalmente usar a força para esganiçar o espertinho. Mentalmente.

 
[via NY Post]  


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