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No CTRL+S ou SHIFT+DEL de hoje: É verdade que pessoas com maior percentual de gordura corporal costumam reter mais calor que pessoas magras?
Por Matheus Gonçalves, publicado originalmente no Ciência Pop.
Hoje vou dar início ao projeto CTRL+S ou SHIFT+DEL do Ciência Pop, no qual explicamos se determinado assunto é boato/hoax [SHIFT+DEL] ou se tem fundamento histórico, real e científico [CTRL+S].
Na pauta de hoje, algo que várias pessoas já me perguntaram, eu mesmo já me perguntei e que pode deixar alguns de vocês confuso. A pergunta: É verdade que pessoas com maior percentual de gordura corporal costumam reter mais calor que pessoas magras?
Para responder a pergunta, precisamos entender alguns aspectos do corpo humano e ocorrências reais que puderam ser avaliadas ao longo dos anos.
Por exemplo, como destaca o Popular Science, alguns nadadores do desafio do Canal Rottnest, na Austrália, costumavam bezuntar sua pele com gordura animal, buscando isolamento térmico por causa da temperatura da água. Mas seu próprio corpo tem mecanismos para manter-se quente, como bombeamento do sangue para camadas dérmicas.
Alguns cientistas estudaram os aspectos deste evento, em 2006, e descobriram que os nadadores com maior índice de massa corporal demonstravam risco muito menor de hipotermia.
O mesmo resultado foi obtido em hospitais nos quais os pacientes que sofreram parada cardíaca foram tratados com o que é chamado de “hipotermia terapêutica”, procedimento que busca evitar a lesão e inflamação cerebral. Os indivíduos mais obesos apresentaram maior resistência à hipotermia induzida, quando comparado ao tempo que isso leva ao se tratar paciêntes mais magros. Ao que tudo indica, sim, o excesso de gordura cria um isolamento térmico do corpo.
Sob certas condições, no entando, as pessoas com excesso de peso podem sentir mais frio que pessoas de peso médio. Isso porque o cérebro combina os dois sinais da temperatura de dentro do corpo e da superfície da pele, pra determinar quando é a hora de contrair os vasos sanguíneos (o que diminui a perda de calor) e desencadear o tremor e aquela bateção de dente. O que, vejam só vocês, gera calor. Uma vez que os compartimentos subcutâneos de gordura retém o calor, uma pessoa obesa pode permanecer quente, ao mesmo tempo que a parte externa da pele esfria.
Por causa disso, de acordo com Catherine O’Brien, uma pesquisadora de fisiologia do Instituto de Pesquisa de Medicina Ambiental do Exército dos Estados Unidos, nestas situações de maior frio, a sensação térmica costuma ser mais baixa em pessoas com mais gordura.
Ainda assim, a cientista destaca que muitos outros fatores vão ajudar ou atrapalhar o resfriamento do corpo. Pessoas mais baixas e mais gordinhas, por terem uma área de superfície proporcionalmente maior (quando fazemos o referencial ao volume total de seus corpos), perdem calor mais rapidamente. Diz-se também que mulheres sentem mais frio que os homens, mas isso também está relacionado ao volume de seus corpos.
Um físico mais musculoso também pode oferecer alguma proteção contra a hipotermia, em parte porque o tecido muscular gera muito calor.
Em outras palavras, a melhor estrutura corporal de combate às baixas temperaturas, é a de pessoas que estão em forma, mas com aquela camadinha de gordura. Portanto, o resultado é um CTRL+S com ressalvas. Sim, pessoas mais gordinhas retém mais calor que pessoas magras. Desde que seu percentual de gordura corporal não seja muito elevado.
Fonte: PopSci.
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